Suspeito de atropelar enfermeira em Goiânia vai a júri
"Restou indicado nos autos que o acusado teria, supostamente, cometido o fato em razão da vítima ter tentado intervir nas supostas agressões perpetradas pelo acusado contra sua esposa"
O suspeito de atropelar a enfermeira Leidiane Rodrigues Nazário quando ela tentou impedir que ele agredisse a esposa no meio da rua, em Goiânia, será julgado pelo júri. O crime aconteceu em novembro de 2022 e, segundo a Polícia Militar (PM), à época, a vítima parou a moto para ajudar a mulher que levava socos e chutes do réu, Leonardo Oliveira Lobo de Souza.
Na pronúncia, ocorrida em 28 de maio, o juiz Jesseir Coelho de Alcântara entendeu que o acusado se enquadra em tentativa de homicídio por motivo fútil, uma vez que “restou indicado nos autos que o acusado teria, supostamente, cometido o fato em razão da vítima ter tentado intervir nas supostas agressões perpetradas pelo acusado contra sua esposa”. A defesa, por sua vez, disse que Leonardo pensou estar diante de um assalto, o que não se comprovou. Além disso, pediu a desclassificação do crime para lesão corporal de natureza grave, o que também não foi aceito, o que também foi aceito pelo magistrado.
O Mais Goiás procurou a defesa de Leonardo para se manifestar. Em nota, o advogado Matheus Moreira Borges disse que “a defesa reafirma sua inocência e sustenta que ele agiu em legítima defesa putativa, ao imaginar estar sendo vítima de um assalto. Para sua defesa, não houve intenção de matar e a decisão será objeto de recurso ao Tribunal de Justiça”.
Caso
Leonardo é suspeito de atropelar a enfermeira em 27 de novembro de 2022. A mulher teria parado para ajudar a esposa do réu, que sofria agressões no meio da rua.
Segundo a PM, no momento em que Leidiane estacionou sua moto a uns 100 metros de distância da briga, avisou que ia chamar a polícia. O homem se irritou, entrou no carro e o jogou em cima da moto da enfermeira. Ela foi arrastada por cerca de 20 metros até bater em um poste, no bairro Jardim Abaporu.
A enfermeira chegou a ser internada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular de Goiânia. Mesmo assim, conseguiu explicar aos policiais que não conhecia o casal, mas se comoveu ao ver que a mulher estava sendo agredida pelo homem.
Em razão do atropelamento, a vítima teve uma fratura exposta no braço direito, uma lesão cervical, uma lesão na mandíbula, quebrou três dentes, fraturou a bacia, o cóccix e a pelve, além de várias escoriações pelo corpo.